quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Construa Pontes

Dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. 

Foi a primeira grande desavença em toda uma vida de trabalho lado a lado. 

Mas agora tudo havia mudado. 

O que começou com um pequeno mal entendido, finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio. 

Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta.
 
- Estou procurando trabalho, disse o carpinteiro. Talvez você tenha algum serviço para mim. 

- Sim, disse o fazendeiro. Claro! Vê aquela fazenda ali, além do riacho? É do meu vizinho. Na realidade é do meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais suportá-lo. 

- Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? Pois use para construir uma cerca bem alta. 

- Acho que entendo a situação, disse o carpinteiro. 

- Mostre-me onde estão a pá e os pregos. 

O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade. O homem ficou ali cortando, medindo, trabalhando o dia inteiro. Quando o fazendeiro chegou, não acreditou no que viu: em vez de cerca, uma ponte foi construída ali, ligando as duas margens do riacho. Era um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou: 

- Você foi atrevido construindo essa ponte depois de tudo que lhe contei.
 
Mas as surpresas não pararam ai. Ao olhar novamente para a ponte viu o seu irmão se aproximando de braços abertos. Por um instante permaneceu imóvel do seu lado do rio. O irmão mais novo então falou: 

- Você realmente foi muito amigo construindo esta ponte mesmo depois do que eu lhe disse. 

De repente, num só impulso, o irmão mais velho correu na direcção do outro e abraçaram-se, chorando no meio da ponte. O carpinteiro que fez o trabalho partiu com sua caixa de ferramentas.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Crise & oportunidade


Um homem vivia na beira da estrada e vendia cachorros-quentes. Não tinha rádio e, por deficiência de visão, não podia ler jornais. Em compensação, vendia bons cachorros-quentes.

Colocou um cartaz na beira da estrada, anunciando a mercadoria, e ficou por ali gritando quando alguém passava: "Olha o cachorro-quente especial!!!"

E as pessoas compravam. Com isso, aumentou os pedidos de pão e salsicha, e acabou construindo uma mercearia. Então, ao telefonar para o filho que morava em outra cidade e contar as novidades, o filho disse:

- "Pai, o senhor não tem ouvido rádio? Não tem lido jornais? Há uma crise muito séria e a situação internacional é perigosíssima!"

Diante disso, o pai pensou:

- "Meu filho estuda na universidade! Ouve rádio e lê jornais... portanto, deve saber o que está dizendo!"

Então, reduziu os pedidos de pão e salsichas, tirou o cartaz da beira da estrada, e não ficou por ali apregoando os seus cachorros-quentes. As vendas caíram do dia para a noite e ele disse ao filho:

- "Você tinha razão, meu filho, a crise é muito séria!"

quinta-feira, 3 de maio de 2012

O Exercício da Paciência

Esta é a historia de um menino que tinha um mau caráter. Seu pai lhe deu um saco de pregos e lhe disse que cada vez que perder a paciência, ele deveria pregar um prego atrás da porta.

No primeiro dia, o menino pregou 37 pregos atrás da porta. As semanas que seguiram, a medida que ele aprendia a controlar seu gênio, pregava cada vez menos pregos atrás da porta. Com o tempo descobriu que era mais fácil controlar seu gênio que pregar pregos atrás da porta.

Chegou o dia em que pode controlar seu caráter durante todo o dia.

Depois de informar a seu pai, este lhe sugeriu que retirasse um prego a cada dia que conseguisse controlar seu caráter. Os dias se passaram e o jovem pode finalmente anunciar a seu pai que não havia mais pregos atrás da porta.

Seu pai o pegou pela mão, o levou até a porta e lhe disse:

- Meu filho, vejo que tens trabalhado duro, mas veja todos estes buracos na porta. Nunca mais será a mesma.

Cada vez que tu perdes a paciência, deixa cicatrizes exatamente como as que vê aqui. Tu podes insultar alguém e retirar o insulto, mas dependendo da maneira como fala poderá ser devastador e a cicatriz ficará para sempre. Uma ofensa verbal pode ser tão daninha como uma ofensa física.

Os amigos são jóias preciosas. Nos fazem rir e nos animam a seguir adiante. Nos escutam com atenção e sempre estão prontos a abrir seu coração.

Adaptado do livro-"O que podemos aprender com os gansos selvagens" de Alexandre Rangel

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O vaso de porcelana e a rosa

O Grande Mestre e o Guardião dividiam a administração de um mosteiro zen. Certo dia, o Guardião morreu e foi preciso substituí-lo.

O Grande Mestre reuniu todos os discípulos para escolher quem teria a honra de trabalhar diretamente ao seu lado.

-Vou apresentar um problema – disse o Grande Mestre. – E aquele que o resolver primeiro, será o novo Guardião do templo.

Terminado o seu curtíssimo discurso, colocou um banquinho no centro da sala. Em cima estava um vaso de porcelana caríssimo, com uma rosa vermelha a enfeitá-lo.

-Eis o problema – disse o Grande Mestre.

Os discípulos contemplavam, perplexos, o que viam: os desenhos sofisticados e raros da porcelana, a frescura e a elegância da flor. O que representava aquilo? O que fazer? Qual seria o enigma?

Depois de alguns minutos, um dos discípulos levantou-se, olhou o mestre e os alunos a sua volta. Depois, caminhou resolutamente até o vaso, e atirou-o no chão, destruíndo-o.

-Você é o novo Guardião – disse o Grande Mestre para o aluno.

Assim que ele voltou ao seu lugar, explicou:

-Eu fui bem claro: disse que vocês estavam diante de um problema. Não importa quão belo e fascinante seja, um problema tem que ser eliminado.

“Um problema é um problema; pode ser um vaso de porcelana muito raro, um lindo amor que já não faz mais sentido, um caminho que precisa ser abandonado – mas que insistimos em percorrê-lo porque nos traz conforto”.

“Só existe uma maneira de lidar com um problema: atacando-o de frente”.

Nessas horas, não se pode ter piedade, nem ser tentado pelo lado fascinante que qualquer conflito carrega consigo”.


Por Paulo Coelho

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Tudo passa

Havia um rei muito poderoso que tinha tudo na vida, mas sentia-se confuso. Resolveu consultar os sábios do reino e disse-lhes:

- Não sei por que me sinto estranho e preciso ter paz de espírito. Preciso de algo que me faça alegre quando estiver triste e que me faça triste quando estiver alegre.

Os sábios resolveram dar um anel ao rei, desde que o rei seguisse certas condições:

Debaixo do anel existe uma mensagem, mas o rei só deverá abrir o anel quando ele estiver num momento intolerável. Se abrir só por curiosidade, a mensagem perderá o seu significado. Quando TUDO estiver perdido, a confusão for total, acontecer a agonia e nada mais puder ser feito, aí o rei deve abrir o anel.

O rei seguiu o conselho. Um dia o país entrou em guerra e perdeu. Houve vários momentos em que a situação ficou terrível, mas o rei não abriu o anel porque ainda não era o fim. O reino estava perdido, mas ainda podia recuperá-lo. Fugiu do reino para se salvar. O inimigo o seguiu, mas o rei cavalgou até que perdeu os companheiros e o cavalo.

Seguiu a pé, sozinho, e os inimigos atrás; era possível ouvir o ruído dos cavalos. Os pés sangravam, mas tinha que continuar a correr. O inimigo se aproxima e o rei, quase desmaiado, chega à beira de um precipício. Os inimigos estão cada vez mais perto e não há saída, mas o rei ainda pensa:

- Estou vivo, talvez o inimigo mude de direção. Ainda não é o momento de ler a mensagem...

Olha o abismo e vê leões lá embaixo, não tem mais jeito. Os inimigos estão muito próximos, e aí o rei abre o anel e lê a mensagem: "Isto também passará". De súbito, o rei relaxa. Isto também passará e, naturalmente, o inimigo mudou de direção. O rei volta e tempo depois reúne seus exércitos e reconquista seu país. Há uma grande festa, o povo dança nas ruas e o rei está felicíssimo, chora de tanta alegria e, de repente, se lembra do anel, abre-o e lê a mensagem: "Isto também passará". Novamente ele relaxa, e assim obtém a sabedoria e a paz de espírito.

Autor desconhecido

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A raposa e o lenhador

Existiu um lenhador que acordava as 6 da manhã e trabalhava o dia inteiro cortando lenha, e só parava tarde da noite.

Esse lenhador tinha um filho, lindo, de poucos meses e uma raposa, sua amiga, tratada como bicho de estimação e de sua total confiança.

Todos os dias o lenhador ia trabalhar e deixava a raposa cuidando de seu filho.

Todas as noites ao retornar do trabalho, a raposa ficava feliz com sua chegada.

Os vizinhos do lenhador alertavam que a raposa era um bicho, um animal selvagem; e portando, não era confiável. Quando ela sentisse fome comeria a criança. O lenhador sempre retrucando com os vizinhos falava que isso era uma grande bobagem. A raposa era sua amiga e jamais faria isso. Os vizinhos insistiam:

- "Lenhador abra os olhos! A raposa vai comer seu filho."

- "Quando sentir fome, comerá seu filho! "

Um dia o Lenhador muito exausto do trabalho e muito cansado desses comentários - ao chegar em casa viu a raposa sorrindo como sempre e sua boca totalmente ensangüentada.

O lenhador suou frio e sem pensar duas vezes acertou o machado na cabeça da raposa.

Ao entrar no quarto desesperado, encontrou seu filho no berço dormindo tranqüilamente e ao lado do berço uma cobra morta.

O Lenhador enterrou o machado e a raposa juntos.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Valor do Tempo

Conta-se que um jovem de uma aldeia no interior da China não dava nenhuma importância ao tempo. Sempre deixava tudo para depois, sempre se julgava novo demais para fazer qualquer coisa naquele momento, sempre alegava que o que mais tinha era tempo. E exatamente por ter muito, não o valorizava. Certo dia, porém, esse jovem se encontrou com um velho sábio que dizia ser uma pessoa feliz, pois soube muito bem aproveitar o seu tempo e, mesmo no fim de sua vida, o que ele mais fazia era valorizar o pouco tempo que ainda lhe restava. Curioso com tamanho disparate, o jovem perguntou:

– Senhor, por que você valoriza tanto o tempo? Poderia me dizer qual é o real valor dele?

O sábio, percebendo o interesse, respondeu:

– Para você entender o valor do tempo, vamos transformá-lo em dinheiro. Imagine que você tenha uma conta corrente e, a cada manhã, você acorde com um saldo de 86.400 moedas. Só que não é permitido transferir esse saldo do dia para o dia seguinte. Todas as noites, sua conta é zerada, mesmo que você não tenha conseguido gastar durante o dia. O que você faz?

– Eu gastaria cada centavo todos os dias, é claro! – respondeu convicto o jovem.

– Sim, gastaríamos cada centavo. Pois bem, todos nós somos clientes desse banco, que se chama tempo. Todas as manhãs, são creditados para cada um 86.400 segundos. Todas as noites, o saldo é debitado como perda. Não é permitido acumular esse saldo para o dia seguinte. Todas as manhãs, a sua conta é reiniciada, e todas as noites, as sobras do dia se evaporam. Não há volta. Você precisa gastar vivendo no presente o seu depósito diário. Invista, então, no que for melhor: na saúde, na felicidade e no sucesso! O relógio está correndo. Faça o melhor para o seu dia-a-dia. Para perceber o valor de um ano, pergunte a um estudante que repetiu de ano. Para dar valor a um mês, pergunte a uma mãe que teve o bebê prematuramente. Para perceber o valor de uma semana, pergunte ao editor de um jornal semanal. Para conhecer o valor de uma hora, pergunte aos amantes que estão esperando para se encontrar. Para você encontrar o valor de um minuto, pergunte a uma pessoa que perdeu um trem. Para perceber o valor de um segundo, pergunte a uma pessoa que conseguiu evitar um acidente. Para você aprender o valor de um milissegundo, pergunte a alguém que recebeu a medalha de prata na Olimpíada. Valorize cada momento que tem! E valorize mais porque você deve dividir com alguém especial o suficiente para gastar o seu tempo junto com você. Lembre-se de que o tempo não espera por ninguém. Ontem é história. O amanhã, um mistério. O hoje é uma dádiva. Por isso, é chamado presente!

O jovem ficou pensativo e ali mesmo decidiu viver o tempo intensamente, viver como se cada segundo fosse o último de sua existência. E conta-se que, graças a isso, esse jovem cresceu, fez fortuna, criou uma grande família, foi feliz e respeitado como uma pessoa que sempre soube dar o devido valor ao tempo.